Lixo jogado nas praias por turistas causa reclamações
- Ariel Serafim

- 6 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
Insatisfação dos moradores da Baixada Santista cresce com a falta de respeito dos viajantes que deixam as cidades mais sujas
Por Ariel Helena e Fernanda Galleoti

Lixo pode ser visto por toda extensão da orla | Foto: Ariel Serafim
Quem passa por alguma praia da costa paulista, durante o verão ou feriados, já se deparou com um fenômeno comum: o lixo. Moradores litorâneos reclamam dos restos acumulado que tomam conta das vias, praças, e até mesmo agridem as vidas dos animais marinhos. “A falta de educação e conscientização da população prejudica o nosso Ambiente”, comentam residentes, após o último feriado no dia 2.
Elisabete Rúbio, 63 anos, corretora e residente da Praia Grande, diz que muitos órgãos de lá fazem campanhas e mutirões de limpeza. “Eles anunciam no Facebook e convocam os moradores para ajudar com a proteção das praias”, diz ela. Elisabete acrescenta que quando vê resíduos espalhados na areia, chama seu neto pra ajuda-lá a recolher com sacolas grandes. “Mas a gente não tem braços suficientes para tanto lixo acumulado”, comenta ela.
O Instituto Oceanográfico da USP de São Paulo apresenta dados de que mais de 95% do lixo encontrado nas praias brasileiras é composto por itens feitos de plástico, como garrafas, copos descartáveis, canudos, cotonetes entre outros.
Isadora Freitas, 21 anos, estudante de Publicidade e Propaganda na faculdade Unisantos, afirma que frequenta a praia regularmente. Ela reclama do estado crítico que o local se transforma durante as férias. Ela também diz que os turistas acabam com a tranquilidade dos moradores, e deixam rastros de odor e sujeira que trazem imensas consequências para todos.
“Tem sempre um monte de embalagens de sorvete boiando lá no mar. É muito triste pensar que os animais correm o risco de comer essas coisas. Sem contar a proliferação de ratos e baratas nas ruas, por conta das sobras amontoadas”, complementa a estudante.
O professor Paulo Roberto Jubilut é natural de santos, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Ciências Biológicas e é mestre em Ciências e Tecnologia Ambiental pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Ele conta que a Baixada Santista já passou por muitos problemas ambientais, não só pelos turistas como principais causadores de poluição, mas também por redes de esgotos e saneamentos clandestinos.
Jubilut descreve o que levou a poluição dos mares. “O destino dos esgotos são os mangues, que levam a água poluída para os rios, tendo como linha de chegada a costa marítima, e assim as praias acabam sendo afetadas’’, conta o professor.
O secretário de Meio Ambiente de Santos, Marcos Libório, se reuniu com representantes de várias regiões litorâneas para discutir soluções regionais para ações de sustentabilidade e redução na emissão de poluição em 2017. “A iniciativa Lixo Zero passa pela responsabilidade de cada cidadão, para que as leis não fiquem apenas no papel. Precisamos estar unidos nesta solução para a destinação correta dos resíduos urbanos na Baixada Santista”, disse o secretário.



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