Jornalismo como mercado global se adapta a novos vetores de informação
- Ariel Serafim

- 6 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
Redes sociais e jornalismo digital estão cada vez mais presentes no cotidiano do leitor
Ariel Serafim
Para saber o que está acontecendo do outro lado do mundo, alguns dos jornais mundialmente conhecidos tem se adaptado a mudanças da tecnologia com criação de contas em redes sociais, que trazem uma linguagem moderna para o leitor mantendo sua principal função de informar.

Mateus Zerlotti é estudante de administração na Faculdade Metodista e acompanha redes de notícias pelas mídias sociais | Foto: Ariel Helena
Mateus Zerlotti, 22, estudante de administração, afirma que para ele é de grande importância acompanhar aos jornais internacionais para o curso que estuda. “Possuo disciplinas de economia internacional e o jornal brasileiro que tem mais haver com meus interesses é o Valor Econômico,” conta. “Costumo ler o caderno de finanças e agronegócio que detalha questões internacionais relacionadas aos commodities e aplicações à bolsas de valores”.
Zerlotti Conta que nos últimos meses tem acesso às redes sociais com mais frequência, na intenção de saber o que está acontecendo no cenário atual dentro e fora do Brasil. “O Twitter e o Facebook são duas redes que eu acesso com mais frequência, nelas eu gosto de ler as mídias independentes que têm um baixo custo, como o jornalistas livres por exemplo”.
Ele também explica as dificuldades que encontra para decifrar a veracidade das matérias, “Ao mesmo tempo que ajuda, as redes sociais são como se fosse um campo minado, porque ali existem as notícias falsas também”.
Andre Deak, 41, jornalista e professor na ESPM-SP explica como a forma da globalização do mercado de notícias vem marcando a era digital, modificando e adaptando o jornalismo e seu modo de passar informação. “A globalização é um processo que já tem algumas décadas. As duas questões tanto a tecnologia quanto a globalização tiveram um impacto parecido com o impacto da luz elétrica, no jornalismo mudou tudo”.
Deak conta que as redes sociais e muitos jornais online em escala internacional como o The New York Times, estão oferecendo uma linguagem mais atraente e descontraída, sem deixar de passar sua principal essência de informar e formar opiniões. “O jornalismo vai procurar seu público alvo, quando surge uma nova mídia ele passa a usar a linguagem daquela nova mídia” explica, “porém, as pessoas estão lidando com fatos, se elas vão usar uma linguagem diferente para cada mídia isso não quer dizer que vai deixar de ser menos jornalístico, porém os fatos daquela notícia continuarão sendo verdadeiros”, complementa.

Página oficial do jornal The New York Times no Instagram
Correspondente estrangeira no Brasil desde os anos 90, Verònica Goyzueta explica que a globalização e tecnologia são dois temas aparentemente independentes, mas que sem dúvida estão interligados. Ela cita um exemplo de como a tecnologia tem acelerado o processo de globalização que impacta o jornalismo de várias formas. “Muitos jornais se internacionalizaram e passaram a ter mais leitores, inclusive assinantes fora do país”.
Goyzueta também explica que as agências de notícias em tempo real que surgem a partir dos princípios da globalização e pelo desenvolvimento da tecnologia foram por conta de uma necessidade de receber notícias de economia para saber sobre interesses econômicos e empresariais, o estado cria uma agência de notícias em tempo real fechada para assinantes investidores, que começa a pagar caro para ter acesso a informações a primeira mão.



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