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MINHA DOCE MESQUINHARIA

  • Foto do escritor: Ariel Serafim
    Ariel Serafim
  • 2 de abr. de 2020
  • 4 min de leitura

Mesmo os mais avarentos criam seus modos de consumir para estarem inseridos socialmente

Ariel Serafim




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No mezanino do bar, coisas velhas são usadas como enfeites que reforçam a ideia da avareza | Foto: Ariel Serafim




>> >> Unha de fome, muquirana, mão de vaca. São infinitas as nominações usadas para designar quem pratique hábitos que estejam relacionados a avareza. Os motivos podem ser variados, ou talvez um dos principais meios de cooperar com a poupança mensal para fazer o dinheiro render. Mas a economia em excesso pode ser um obstáculo para familiares ou até mesmo amigos próximos, que costumam lidar diretamente com a pessoa que escolhe esse estilo de vida.


A avareza está voltada ao comportamento cujo punho seria negativo, de que a pessoa vá adotar uma conduta ou outra dependendo da circunstância em que ela está inserida, apesar de este comportamento ser naturalmente vindo do extinto de sobrevivência humano.Porém, a falta de um carinho e afeto familiar pode transformar uma pobre criança em um futuro pão duro e extremo controlador de dinheiro.


O Professor Gilberto Fernando Xavier, especialista em neurociência e comportamento humano da Universidade São Paulo (USP), explica que esse fato histórico de interação com o mundo e com as outras pessoas, nos é transmitido por meio de valores ideológicos, condutas que estariam relacionadas com a autopreservação, podendo haver uma pessoa que cresce num determinado contexto e ambiente e, em razão desse meio, adote as características da avareza.


“As pessoas dispõe de uma evolução única e pessoal, que determina sua forma de interagir com o mundo e dele extrair a segurança necessária”, diz Xavier. “Os avarentos sentem necessidade de acumular e guardar, e também muita dificuldade para dividir ou doar. É muito provável que isso tenha relação com o histórico de vida de cada uma dessas

pessoas.”


Gabriel Limeira, de 21 anos, vendedor de roupas de surf do Shopping Praça da Moça, no centro de diadema, explica como faz para se vestir de acordo com seu estilo sem ter que desembolsar muito dinheiro. Ele optou por uma tendencia muito usada por alguns jovens da mesma idade que ele: compartilhar seu armário entre amigos mais próximos. "Usamos o mesmo estilo e as mesmas marcas e economizamos muito dinheiro com as roupas."

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Ele conta que seu estilo de vida requer muita amizade e união entre seus amigos, e explica também que costuma comprar roupas junto com os amigos mais próximos. "Para que gastar muito dinheiro comprando roupa, se eu posso dividir com meus amigos?’’, diz. "Eu faço meu próprio marketing. Eu e o pessoal gostamos de investir nos acessórios que são mais caros, que dão um ar mais autêntico, e aí já dá pra montar um montão de combinações".

Ele afirma também que não costuma dividir algumas peças, nem mesmo para os mais chegados da turma. "Nem insista! Tem algumas coisas que eu não gosto de compartilhar, tipo os meus bonés, os corta ventos e os tênis."


Gabriel diz que gosta de colecionar os melhores momentos junto de seus amigos: ele junta dinheiro e gasta em festas, bares, e festivais de música eletrônica. "Eu tenho uma grande paixão pelo skate e tem também pelas raves, shows de reggae."



UM HAPPY HOUR AVARENTO


"Vixe, esqueci a carteira, paga uma gelada aí pra mim, brother, na próxima eu acerto com você.’’ E essa provavelmente essa foi a última vez que você viu aqueles R$20,00 que deixou bem guardadinho lá na sua carteira, que havia economizado para usar em uma emergência.


O Bar da Avareza, mais conhecido por seus chopes artesanais e drinques, é um ponto de encontro rústico e boêmio, com música ao vivo e festas de karaokê. O local no coração dos happy hours de Pão Paulo: a rua Augusta, na região central da cidade.


O bairro é repleto de lanchonetes, bares temáticos, baladas e muito mais, mas o que mais chama atenção dos muquiranas é o Bar da Avareza. Inaugurado em abril de 2017, o ambiente tem feito muito sucesso entre os amantes da boa cerveja e chopes.


Nara Fernandes é a supervisora responsável pelo bar durante a semana. Ela afirma que os preços são acessíveis para causar justamente um destaque entre outros bares e baladas que existem na rua Augusta. "Vários points da rua augusta tem um custo benefício não muito viável. As coisas geralmente são caras, principalmente nas hamburguerias," afirma.


Nara conta que a ideia era justamente trazer um hambúrguer de qualidade e com um preço razoável, para que todos tenham acesso a um bom lanche e a uma cerveja de qualidade. "A ideia foi justamente ter um lanche artesanal, assinado por um chefe, com um preço que fosse viável para todos os consumidores, sejam eles estudantes, aposentados."


Com uma estrutura física parecida com a de um depósito antigo, mesas e cadeiras são improvisadas, gaiolas e garrafas de cervejas tomam forma de lustres, o estabelecimento possui prateleiras que são preenchidas por brinquedos antigos. No andar de cima, mais coisas velhas e antigas são usadas como enfeites que reforçam cada vez mais a ideia da avareza.


Algumas ferramentas como máquinas de escrever e visores antigos são usados para decoração, pneus de carros foram transformados em puffs artesanais, e gigantescos carretéis de madeira são utilizados como mesas.


Nara reforça que praticamente toda a decoração do estabelecimento foram reaproveitados e que a partir daí surgiu a ideia do lanche com um preço justo que acabou se apropriando com a ideia da avareza.

"Todo o contexto do bar é permeado pela questão avarenta, uma questão de pouco gasto. Então, a decoração é de garimpo. E para bater de frente com a concorrência, tivemos a ideia de passar para a freguesia valores acessíveis e justos."




Fotos: Ariel Serafim

 
 
 

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Ariel Serafim

Estudante de Jornalismo

Telefone:

(11) 964986513

 

E-mail:
ariel.serafim@acad.espm.br

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